segunda-feira, 17 de junho de 2013

OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR

O sacrifício como oferta pelo pecado era uma prática religiosa do povo judeu. A lei judaica exigia que o sangue de um animal fosse derramado em favor do pecador. Isso substituía o pecador diante da ira de Deus e o sofrimento do animal simbolizava o preço que o infrator devia pagar.

Mas não era o sacrifício em si que bastava para Deus perdoar o pecador. Era necessário que quem pecou se conscientizasse do próprio pecado e se arrependesse antes de oferecer o sacrifício. Como está escrito:

“Quando tiver consciência do pecado que cometeu, a comunidade trará um novilho como oferta pelo pecado e o apresentará diante da Tenda do Encontro.” (Levítico 4.14)
E também “Quando o conscientizarem do seu pecado, trará como oferta pelo pecado que cometeu uma cabra sem defeito.” (Levítico 4:28)
Fazer com que o povo se tornasse consciente do próprio pecado era um dever do sacerdote, o qual era responsável em oferecer o sacrifício diante de Deus.

Mas e quando o sacerdote não se conscientiza do próprio pecado? Nessa condição dificilmente o sacerdote tem capacidade moral e espiritual para corrigir e instruir o povo na Palavra de Deus. Certamente o povo sofre por não ter a direção de Deus e, à medida que cresce, multiplica-se a sua iniquidade.

“O SENHOR Deus diz: — Não acusem nem repreendam o meu povo. A minha acusação é contra vocês, sacerdotes. Dia e noite, vocês andam sem rumo, e os profetas fazem o mesmo.” (Oséias 4.4,5)
 
De acordo com o que Deus falou através de Oséias, o ministério dos sacerdotes era investido de mentiras e falsidades. Eles exerciam o sacerdócio negociando a verdade; assim, sendo imorais, não tinham condições conduzir o povo moralmente. Não eram capazes de dizer ao povo que praticasse algo que eles mesmos não faziam.

O povo, por sua vez, sem direção, vivia no pecado obstinadamente (teimosamente), e assim o pecado se tornava algo tão corriqueiro e normal que a consciência do erro e de estar desagradando a Deus já não existia mais.

A orações, os atos de arrependimento, os sacrifícios, os cultos coletivos eram investidos de mentiras e muita falsidade. Observe o texto.

Oséias 6.1-3

O povo de Israel diz: — Venham, voltemos todos para Deus, o SENHOR. Ele nos feriu, mas com certeza vai nos curar; ele nos castigou, mas certamente nos perdoará. Daqui a uns dois ou três dias, no máximo, ele nos dará novas forças e nos porá de pé, e nós sempre faremos a sua vontade. Vamos nos dedicar mais e mais ao SENHOR! Tão certo como nasce o sol, ele virá nos ajudar; virá tão certamente como vêm as chuvas da primavera que regam a terra.

O que parece uma convocação ao arrependimento não passa de presunção, pois tal chamamento não consiste em um arrependimento genuíno. O povo não compreendia a gravidade de seus pecados. Eles estavam obcecados pela idolatria, não estavam clamando por uma nova chance, simplesmente estavam limitando a ação de buscar a Deus aos sacrifícios oferecidos no altar. Acreditavam que isso por si só faria com que Deus se agradasse deles.  A religiosidade deles os faziam pensar que Deus se comportaria de determinadas formas, caso eles realizassem determinados rituais. Pretensiosamente, diziam saber até o tempo de duração da ira de Deus, ignorando que sua nação logo seria levada cativa pelos babilônicos. 
 
O povo estava interessado em Deus só pelos benefícios materiais que lhes dava; não valorizavam os benefícios eternos que surgem da verdadeira adoração.

ISSO NOS FAZ PENSAR...

1. O que você espera ao oferecer suas orações e o seu louvor a Deus?
2. Quando você erra, arrepende-se "facilmente", ou, com seriedade, leva em consideração as mudanças que precisam ser feitas em si mesmo para não cair no mesmo erro novamente?

Oséias 6.4-6

Mas o SENHOR Deus responde: — O que é que vou fazer com você, Israel? E com você, Judá, o que é que eu faço? Pois o amor de vocês é tão passageiro como a cerração ao nascer do sol; é como o orvalho, que seca logo de manhã. Foi por isso que mandei os meus profetas anunciar que eu vou castigar e matar vocês. E o que exijo de vocês é claro como a luz do sol. Eu quero que vocês me amem e não que me ofereçam sacrifícios; em vez de me trazer ofertas queimadas, eu prefiro que o meu povo me obedeça.

Os rituais podem nos ajudar a nos relacionarmos com Deus. Na Nova Aliança praticamos o batismo e a Santa Ceia recomendados por Jesus Cristo. Mas são inúteis quando realizados sem amor, obediência a Deus e significado.
Se nosso coração estiver longe de Deus, o rito se torna uma brincadeira. E lemos no texto o pronunciamento expressivo de Deus, afirmando não se interessar por rituais sem sentido, mas em receber o coração do seu povo.

ISSO NOS FAZ PENSAR...

1. Pessoalmente, por que você adora a Deus?
2. Que motivos estão por trás de suas "ofertas" e "sacrifícios"?
Por que a cura parecia distante e inacessível?

“Quando tento curar o povo de Israel e fazê-lo ficar rico de novo, a única coisa que vejo são os seus pecados e a sua maldade. São mentirosos, são ladrões que roubam as casas e assaltam pessoas nas ruas. Eles pensam que eu esqueço todos os seus pecados. Estão rodeados pelas suas maldades, e não posso deixar de vê-las.” (Oséias 7.1-2)

Enquanto o povo de Israel ignorava os reais motivos dos seus pecados a cura não vinha. Deus vê e conhece tudo. O povo de Israel tinha esquecido disso. Em seus atos de iniquidade ocultos diziam: "Nunca ninguém haverá de saber", ou "Ninguém está vendo". As consequências do pecados eram inevitáveis, o sofrimento era certo, o cativeiro iria ocorrer, mas Israel não cedia ao arrependimento e não se recordava de que Deus estava observando tudo.

ISSO NOS FAZ PENSAR...

1. Quando se sente tentado(a) a pecar, você recorda de que Deus vê tudo?
 
A cura para os nossos pecados está mais próxima de nós do que imaginamos. Como diz o Senhor em Jeremias 23.23: “Eu sou o Deus que está em toda parte e não num só lugar. Sou eu, o SENHOR, quem está falando.” A presença do Senhor transpõe barreiras e fronteiras. Não se pode conter a sua presença, e o melhor é que podemos contar com a sua cura e seu socorro onde estivermos, basta nos arrependemos com a consciência encharcada pela palavra que nos ensina, repreende, corrige e nos educa na prática do que é correto e justo (2 Timóteo 3.16).

Jesus também disse que estaria conosco todos os dias (Mateus 28.20) e por sua graça se dispõe a nos aceitar como discípulos (Mateus 11.28-30), a fim de sermos pulverizadores da graça perene de Deus, pessoas que espalham o seu amor pela demonstração de atos de Justiça segundo o seu exemplo (I Pedro 2.21).

O Espírito Santo também testifica essa promessa, pois ele é o poder de Deus que opera em nós e que está sempre conosco (João 14.16ss).

Que a palavra de Deus gere em nós um temor que nos motive a amar e a zelar pela nossa comunhão com Deus. Que tudo o que oferecermos ao Senhor lhe seja aceitável por ser a expressão do nosso amor a Ele e não meros sacrifícios. Amém.